quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Lteratura de Cordel

(JURI DE VITIMA VIVA)
Por: Hermenegildo Freire de Macedo.

A história aqui contada
Requer muita atenção
Devido ser muito séria
Pra prender toda atenção
É o caso do Manilton
Um pistoleiro perito
E a sua decepção

Manilton foi um sujeito
Aqui da nossa cidade
Que deixou na sua história
Um legado de maldade
Com marcas de violência
Todos feitos sem clemência
E com muita atrocidade.

Porém um dia é da caça
E o outro é do caçador
Quem com ferro faz ferida
Fere-se com o que furou
Pois a justiça é bem reta
E um dia o mal acerta
A quem ele praticou.

O caso que conto agora
Eu li num livro não nego
Faz parte de uma obra
Chamada Feijão de Cego
De um autor sergipano
Muito legal não me engano
Que sabe bater um prego.

Manilton então cismou
De um dia Austro matar
Devido uma forte rixa
Que os dois resolveram travar
Coisa da ignorância
De gente que na infância
Não amou ou soube amar.

Mais parece que o sujeito
Tinha parte com o diabo
O seu corpo era fechado
Com reza de santo brabo
Ou as balas eram ruins
Feitas de barro ou festim
Que do traste não deu cabo

Vou contar em poucas linhas
O que foi que aconteceu
Com aquele matador
Que nessa terra cresceu
Um sujeito de coragem
Que odeia vadiagem
E nesse instante tremeu.

Às vezes o matador
Faz um plano sem sucesso
Esse então foi um dos tais
Que não se fez um progresso
Só rendeu dor de cabeça
E quem do caso conheça
Pra Manilton um processo.

Estava ali o Manilton
Valdénisio em sua frente
Com o ar de gato astuto
De sujeito negligente
Desconfiando de tudo
Mostrando o lado cascudo
De um tipo diferente.

Aquela intimação
Pra Manilton era imoral
Por isso causou vexame
Uma fadiga infernal
O júri de vítima viva
Era boca sem saliva
Causando-lhe todo mal.

Ficou ele indignado
Raivoso cheio de furor
Em pensar no julgamento
Num caso que ele falhou
Era como lhe falar
Que ele foi namorar
E na hora H broxou.

Aquela intimação
Seu sossego consumia
A tempos que não matava
Nenhum crime cometia
Pois dos que já tinha feito
O juiz bem satisfeito
Deu-lhes carta de alforria.

Agora ele matutava
Em sua inquietação
Ir a júri sem cadáver
É pior que traição
É querer envergonhar
Até desmoralizar
Um pacato cidadão.

Manilton que só matou
Pra defender a moral
Lembrou-se do caso da filha
Onde um cara-de-pau
Tentou derrubar na rua
Pra ver a coitada nua
No entanto se deu mal.

Não aceito esta afronta
Justo aqui no meu lugar
Se for para ter um júri
O motivo eu vou dar
O infeliz não morreu
Mais tirou o sossego meu
Agora vou lhe matar.

Quis terminar o serviço
Sinésia então empatou
Comprou até balas novas
Pra o lugar das que falhou
E nisso então que se dar
Por mulher ir escutar
Veja o que pra mim sobrou.

Nesta hora o Manilton
Ficou mais aperreado
Estou passando vergonha
Devido um cabra safado
E também por escutar
Mulher que só faz zuar
E planejar tudo errado

Lembrou-se da sena do crime
Passo a passo recordando
E com raiva da mulher
Cada vez mais foi ficando
Se a tal não tem se metido
Tudo estava resolvido
E eu livre aqui cantando.

Valdenisio lhes falando
Sobre as leis e o juiz
Implorando que assinasse
Cumprindo o que o homem diz
Avexado pra escapar
E sumir do tal lugar
Da presença do infeliz.

Manilton assinou o troço
Valdenisio sumiu com ela
Agora pensa de novo
A raiva engasga na goela
E a Sinésia chamando
Com um plano matutando
Pedindo a ajuda dela.

Sinésia se lamentou
Com a decisão do marido
Disse deixe com a justiça
Que o caso é resolvido
E tentando empatar
Do infeliz ir matar
Pois nada estava perdido.

Mais pra quem é da maldade
Não se contenta com nada
Nem escuta bom conselho
Acha qualquer coisa errada
E só enche a barriga
Quando arruma uma intriga
E a vida está desgraçada.

Para se vê sossegada
A coitada concordou
Entregando-lhe o revólver
Como o tal solicitou
E o mesmo tece um plano
Pra matar o tal fulano
Que um dia ele falhou.

Manilton pegou a arma
Carregou com bala nova
Colocando na cintura
Mais na mesma fez a prova
Testando a pontaria
Pra não fazer como o dia
Que pra Austro fez a cova.

E saiu pela cidade
Rua abaixo rua acima
Igual uma fera louca
Que o rumo não atina
Pois só tinha na memória
De registrar na história
Aquela honra assassina.

Andando no rumo certo
Com o instinto da maldade
Encontra pessoas sérias
Pelas ruas da cidade
Mais não se faz perceber
Que o que ele vai fazer
Tem sabor de crueldade.

Chegando a casa marcada
Estava tudo fechado
Recebe a informação
Que Austro tinha mudado
Chutou a porta e raivoso
E num gesto desgostoso
Retornou mais enfezado.

Agora ele percebeu
Que não pode se livrar
Do júri de Vitima viva
E a vergonha vai passar
E tem que comer calado
Porque o sujeito errado
Um dia tem que pagar.

Quero aqui meus ouvintes
Despedir-me com louvou
Depois de contar um fato
Que nessa terra passou
Não sei se isso é verdade
Mais agradeço a bondade
De quem a mesma narrou.

28 de Setembro de 2011
Literatura de Cordel
Júri de Vítima Viva
Decepção de Manilton
Baseado no conto sergipano (Feijão de Cego) de Vlademir Souza Carvalho

Hermenegildo Freire de Macedo

Avaliação de politicas publicas na educação

https://www.youtube.com/watch?v=LsT21yPiTQA

TICs na Educação

https://www.youtube.com/watch?v=jyN3rulzBI8

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Para quem gosta de uma boa leitura não deve deixar de ler este maravilhoso livro, emocionante do inicio ao fim.